Indústria do Ceará tem segunda maior queda do país em fevereiro

A queda na produção industrial cearense foi de 1%. (Foto: Nívia Uchoa)

produção industrial do Ceará recuou 1% em fevereiro de 2025 na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho foi o segundo pior do país, atrás apenas da Bahia, que apresentou queda de 2,6%. Em relação a fevereiro de 2024, a variação foi negativa em 0,1%.

O recuo acompanha uma tendência nacional de desaceleração da indústria, que registrou queda de 0,1% no período. Ao todo, sete dos quinze locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional apresentaram retração na passagem de janeiro para fevereiro.

Influência da política monetária

Segundo Bernardo Almeida, analista da pesquisa do IBGE, a política monetária contracionista, com juros em patamares elevados, tem impactado a atividade industrial. “Isso acaba estreitando mais as linhas de crédito, reduzindo os investimentos e fazendo com que as tomadas de decisão na produção sejam mais cautelosas”, afirma. O cenário também afeta o consumo das famílias, influenciando negativamente a demanda.

Desempenho nacional

Entre os locais que apresentaram queda na produção industrial em fevereiro estão:

Bahia: -2,6%

Ceará: -1,0%

• São Paulo: -0,8%

• Santa Catarina: -0,6%

• Mato Grosso: -0,6%

• Rio de Janeiro: -0,3%

• Minas Gerais: -0,2%

Apesar da queda percentual não ser a maior, o desempenho negativo de São Paulo teve o maior impacto no índice nacional por representar 32,9% do parque industrial brasileiro.

Por outro lado, estados como Pernambuco (6,5%)Paraná (2%) e Pará (1,6%) puxaram o crescimento da indústria no país.

Acumulado de 12 meses

Mesmo com o recuo em fevereiro, o setor industrial do Ceará acumula alta de 5,4% nos últimos 12 meses. No cenário nacional, o crescimento foi de 2,6%, com destaque para Santa Catarina (7,7%) e São Paulo (2,6%). Já os maiores recuos no período foram observados no Espírito Santo (-4,2%) e no Rio de Janeiro (-1,5%).

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